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Infraestrutura é prioridade para Zona Franca de Manaus

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Rio, 5/março/2015 – Após analisar os graves problemas de infraestrutura que comprometem a competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM) e o deslocamento de pessoas e cargas na Região Amazônica, a Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan) elaborou o Plano de Desenvolvimento Estratégico do Amazonas, divulgado no início deste mês. Segundo os autores do estudo, a solução passa por grandes investimentos no projeto “nova logística dos novos modais no Estado”, incluso no plano, que, se aprovado pelo governo estadual, provocará uma revolução nos transportes em todo o Amazonas.

O plano prevê investimentos nas regiões ao redor da ZFM, com vistas a solucionar os diversos gargalos de infraestrutura da região. Na Área Sul, por exemplo, que contempla as cidades de Cuiabá, Manaus e Porto Velho, o plano prevê a construção de portos ao longo do rio Madeira, a principal via utilizada na região para o escoamento de grãos produzidos no Mato Grosso e destinados ao Sul, Leste e Oeste do país. O planejamento ainda inclui a construção de um porto no município de Itacoatiara, a um custo aproximado de R$ 2 bilhões.

Segundo o engenheiro e estudioso de logística Carlos Araújo, que colaborou para a elaboração do plano, “essa é uma hidrovia importante para o desenvolvimento da região. Ela é rota da produção de soja que vem do Mato Grosso com destino aos portos de São Paulo. É preciso de gestão dessa hidrovia, dar segurança, infraestrutura com a construção de porto e uma parceira público privada para a gestão da hidrovia” (A Crítica, 3/03/2015).

Na região norte do estado, há duas possibilidades: a primeira, que já liga Manaus a Boa Vista (RR), via BR-174, com destino final em Puerto de La Cruz (Venezuela). A segunda é chegar a Georgetown, Guiana, também através de Roraima, de modo a chegar ao principal porto da cidade, de onde os bens serão embarcados para as Américas do Norte, Central e do Sul. Na região oeste, está prevista a integração por meio dos rios Amazonas e Marañon até Puerto América, no Peru. A partir daí, a rota segue por rodovia até o porto marítimo de Paita, no país vizinho. Segundo o engenheiro Waltair Machado, os insumos que vêm da Ásia para a ZFM poderiam fazer esse trajeto, em vez de passar pelo Canal do Panamá, que, segundo ele, demora mais.

Na região leste está prevista a ligação fluvial entre Manaus e Macapá, uma hidrovia que é rota de parte dos bens produzidos pelo Pólo Industrial de Manaus até Macapá. Em Santana, os produtos serão escoados pelo corredor fluvial-marítimo rumo aos portos do Atlântico Norte e Sul. “A produção de milho e soja vem por essa rota. Os contêineres do distrito vão por ele, então é necessário investir nessa hidrovia. Se esse investimento for feito no rio Madeira, contemplará a hidrovia nos sentidos leste e sul do estado”, destacou Araújo.

Machado também teceu críticas ao radicalismo ambiental, ao destacar os entraves impostos por ambientalistas a esses projetos de infraestrutura: “Nós sempre esbarramos naquela visão preservacionista. Nós deixamos os ecologistas românticos assumirem o papel, ou seja, na nossa indecisão se a Amazônia é um fundo de quintal do Sul ou se a Amazônia de fato é uma região estratégica e com isso nós deixamos o tempo passar. Ficamos felizes com o modelo ZFM porque tem dado alguns frutos. Isso precisa mudar.”

Uma alternativa para integrar o Amazonas ao restante do país, e que é destacada pelo citado plano, é a BR-080, que ligará o estado até Altamira (PA), integrando-o ao Centro-Oeste por meio da BR-163. Dentre os que advogam por essa solução está o economista Ivens Brito de Araújo, que acredita que a conclusão da estrada custaria R$ 360 milhões, e reduziria o tempo de viagem para três dias. A alternativa preferida pelo governo, no entanto, é a BR-319, cuja travessia levaria sete dias.

“Em termos de lógica, a BR-319 é uma insanidade. A disparidade de tempo é muito grande. Para concluir a BR-080 faltam apenas 360 km, que custará pelo menos R$ 360 milhões, para se concluir a estrada, de Autazes, no Amazonas, para Itaituba no Pará. Agora, para concluir a BR-319 faltam mais de 900 km e será gasto mais de R$ 1 bilhão. O impacto ambiental será menor e os governantes não entendem isso. Não sei os motivos”, afirmou.

Para o coordenador geral do plano de desenvolvimento do Amazonas, Luiz Almir de Menezes Fonseca, “soluções existem e são simples, mas precisamos de decisão política para que as ações sejam iniciadas”.

Este tem sido o eterno dilema nacional: sabe-se o que é preciso ser feito; falta se decidir fazer.


 

Créditos:

O presente artigo foi publicado no boletim eletrônico ALERTA CIENTÍFICO E AMBIENTAL, nº 22, de 05/03/2015, uma publicação da Capax Dei Editora Ltda.

Para saber mais sobre o tema: visitar os sites da MSIa – Movimento de Solidariedade Ibero-americana / Capax Dei Editora:

alerta.inf.br  —  msia.org.br — msiainforma.org  —  e  capaxdei.com.br

Capax Dei Editora Ltda. Rua México, 31 – Sala: 202, Rio de Janeiro (RJ) – CEP: 20031-144
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Conselho editorial Lorenzo Carrasco (presidente), Geraldo Luís Lino e e Silvia Palacios.

Mensagens e sugestões favor enviar para msia@msia.org.br — e  capaxdeieditora@gmail.com

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